Tuesday, January 29, 2008

Tuning relationships

Um acidente entre adeptos do car tuning é do pior que se pode ver. É que a estrada é o ringue dos aficionados nesta “arte” e nestas coisas de lutas ninguém gosta de perder. Até os galos ficam severamente lixados quando perdem o título do galo da capoeira. Ainda por cima quando na capoeira estão as galinhas a assistir.
Ali também. No meio da estrada estavam dois carros um nadinha machucados para além do “machucanço” que o tuning é em si sem mais nada. Junto aos carros os “tuneiros” defendendo com gestos enraivecidos pontos de vista. Na berma, com caras tristonhas e entediadas, estavam as suas Marias – tuning completo tem que trazer acoplada uma acompanhante tão rebaixada e florida quanto o carro. Tentei avaliar qual a motivação para aquelas duas relações a três: Homem, mulher e carro, assumindo o carro outros papeis mais activos como o de motivo ou elo de ligação. De alguma forma aqueles aficionados do tuning cativaram aquelas mulheres e vice-versa. De alguma forma aqueles estilos estavam simpaticamente ligados. De alguma forma o carro encaixou na forma de ser de ambos. De alguma forma… O tuning tem em grande parte a ver com formas e formas…
Depois, a alguns metros do local, vendo todo o cenário apequenar-se pelo retrovisor, como elas, também eu fiquei triste e entediado… Afinal, com os carros esmurrados, todo o sentido daquelas relações se perdeu. Sem o carro ficariam ao deus-dará naquela monótona relação heterossexual. Nenhuma análise a relações sem sentido faz qualquer sentido. Fico sempre triste quando paradoxalmente o sempre acaba. Fico triste quando qualquer análise deixa de fazer sentido.